O "mundo" da Biblioteca

O "mundo" da Biblioteca

Cartaz da Semana da Leitura

Semana da Leitura 2017

segunda-feira, 5 de junho de 2017

"As primeiras coisas" de Bruno Vieira Amaral

"As Primeiras Coisas" de Bruno Viera Amaral
Prémio Literário José Saramago 2015

“Quem matou Joãozinho Treme-Treme no terreno perto do depósito da água? O que aconteceu à virginal Vera, desaparecida de casa dos pais a dois meses de completar os dezasseis anos? Porque é que os habitantes do Bairro Amélia nunca esquecerão o Carnaval de 1989? Onde teria chegado Beto com o seu maravilhoso pé esquerdo se não fosse aquela noite aziaga de setembro? Quantos anos irão durar o enguiço de Laura?
Memórias, embustes, traições, homicídios, sermões de pastores evangélicos, crónicas de futebol, gastronomia, manhãs de Domingo, os pretos, os ciganos, os brancos das barracas, os retornados: a Humanidade inteira arde no Bairro Amélia.”
 Quetzal, 2013

Bruno Vieira Amaral é um escritor, crítico literário e tradutor português. Nascido em 1978, licenciou-se em História Moderna e Contemporânea pelo ISCTE. É autor da obra, “As Primeiras Coisas” (2013).
Alguns capítulos desta obra foram lidos, apresentados e comentados pelos alunos do 8º ano, turma C (Turma de Currículos Alternativos, disciplina de Português), apresentando as suas conclusões em sessão realizada na Biblioteca, orientada pelo professor bibliotecário e pela professora Cecília Maroco.
Eis algumas das breves considerações realizadas pelos alunos, acerca de cada um dos  capítulos trabalhados, isto é, os aspetos que mais os marcaram com as leituras realizadas:

 Ladrões – “ uma mãe que tenta  desculpar os erros dos filhos, acreditando que o seu percurso de vida pode sempre mudar.”
Igreja – “ destaca-se a forte ligação dos marginalizados/excluídos à Igreja. A fé apresenta-se como sendo a esperança na mudança”
Beto – “ muitas vezes os sonhos são interrompidos pelos disparates cometidos. No entanto, ainda há esperança em ser feliz…”
Celeste – “ a amante fiel, a cumprir os deveres de “esposa”, apesar do sofrimento vivido devido ao facto de o companheiro ter outra família, a oficial, por assim dizer.”
Heavy Mettal- “ a reação de estranheza e/ou repúdio das pessoas nos anos 80 por este tipo de música, de músicos e de apreciadores dela, que associavam à criminalidade ou ao culto a satanás.”
Domingos – “a relevância do convívio com a família, aos domingos. A tranquilidade do almoço em família a que se seguia o descanso dos “guerreiros”, numa longa sesta, embalada ao som das rádios.”
Idalécio Cruz – “ a bondade, paciência e tolerância de um vendedor ambulante perante a ausência de pagamento dos fregueses, a quem vendia atoalhados a prestações.”
 As descrições de Bruno Vieira Amaral do Bairro Amélia (subentenda-se, do Vale da Amoreira- Moita) serão, talvez, transversais a toda uma sociedade. A pobreza de espírito e a ignorância, a marginalidade, não são exclusivas dos bairros sociais ou das camadas mais pobres. Na verdade vivemos num país que pode ser considerado como um grande Bairro Amélia, onde a esperança é o que nos permite viver e ousar acreditar na felicidade final.




Sem comentários: